sábado, 17 de abril de 2010

A mulher do viajante no tempo - Audrey Niffenegger
















A mulher no viajante no tempo
Audrey Niffenegger
Editora Objetiva
Nota: 9




O livro narra a história do casal Henry e Clare. Quando os dois se conhecem Henry tem 28 anos e Clare, vinte. Ele é um moderno bibliotecário; ela, uma linda estudante de arte. Os dois se apaixonam, se casam e passam a perseguir os objetivos comuns à maioria dos casais: filhos, bons amigos, um trabalho gratificante. Mas o seu casamento nunca poderá ser normal.
Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.


Se você for do tipo sentimental, que se emociona facilmente (tipo aaahn... eu!) pode preparar os lencinhos.
A primeira vez em que o Henry “aparece” para a Clare ela tem seis anos. A partir daí as visitas ocorrem frequentemente e ele passa a fazer parte da infância e adolescência dela. Primeiro ele se torna seu melhor amigo e com o passar do tempo ela acaba se apaixonado.



"—Sua esposa também é uma viajante do tempo?
—Não, graças a Deus.
—por que “Graças a Deus”? Acredito que seria divertido. Poderiam ir aos mesmos lugares juntos.
—Com um viajante do tempo por família há mais que suficiente. É perigoso, Clare.
—Preocupa-lhe muito?
—Sim - lhe respondo baixinho—. Muito, sim.
Pergunto-me o que estará fazendo agora Clare, em 1999. Possivelmente esteja dormindo ainda. Pode que não saiba que me parti.
—A amas?
—Muitíssimo - sussurro.
Estamos jogados em silêncio, um ao lado do outro, contemplando as árvores que se balançam, os pássaros, o céu. Ouço um soluço afogado e olho para Clare. Me surpreende ver que as lágrimas lhe sulcam as bochechas até desaparecerem sob as orelhas.
Incorporo-me e me inclino sobre ela.
—O que te passa, Clare?
Clare move a cabeça para diante, em um estertor, e tem os lábios escuros. Acaricio seu cabelo e a atraio para mim até sentá-la e rodeá-la com meus braços. É uma menina, embora não de tudo.
—O que acontece?
Diz-o tão baixinho que tenho que lhe pedir que volte a repeti-lo:
—É que pensava que talvez estivesse casado comigo."


O livro não segue uma ordem cronológica exata e algumas vezes é difícil acompanhar os flashes. Mas ainda assim é um livro muito bem escrito e com uma temática muito interessante que acaba fazendo com que o leitor reflita sobre a situação e em como é complicado conviver com tudo isso.
Tanto Henry quanto a Clare em certos momentos acabam descobrindo o que vai acontecer no futuro e precisam lidar com isso, se deveriam compartilhar o que sabem, tentar impedir ou simplesmente deixar acontecer.


"Clare me mostra seu desenho. Já o vi antes, está pendurado junto à mesa de desenho de Clare no estúdio que tem em casa. É certo que tenho um aspecto tranqüilo na composição. Clare a assina e começa a escrever a data.
—Não. Não está datado.
—Ah, não?
—Já o vi antes, e não leva nenhuma data.
—De acordo - diz Clare enquanto apaga a data e escreve «Casa Cotovia do Prado» em seu lugar—. Já está. —Me olha surpreendida—. Aconteceu alguma vez retornar ao presente e encontrar um pouco trocado? Quero dizer, o que ocorreria se escrevesse a data neste desenho agora mesmo? O que aconteceria?
—Não sei. Tente, digo com curiosidade.
Clare apaga «Casa Cotovia do Prado» e escreve: «11 de setembro de 1988».
—Já está. Já vê que fácil. —Olhamo-nos, desconcertados. Clare ri—. Se violamos o contínuo espaço-temporal, de momento não se nota muito.
—Já te direi se tiver provocado a terceira guerra mundial. —Começo a notar tremores—. Acredito que vou, Clare.
Ela me beija, e desapareço."


A mulher do viajante no tempo é aquele tipo de livro que você quer ler uma, duas, três vezes. Me apaixonei logo em que li a sinopse principalmente pelo fato de que o tema “viagem no tempo” foi tratado de uma forma tão diferente de outros livros que já li.


"CLARE: É duro ficar sempre atrás. Espero ao Henry, não sei onde está e me pergunto se ele se encontrará bem. É duro ser a que fica (...)"


"HENRY: (...) Odeio estar onde ela me falta, quando ela me falta. Não obstante, sou eu quem sempre parte, e ela não pode me seguir."


E adivinhem só??

Esse é mais um livro que ganhou adaptação para os cinemas. Aqui no Brasil o filme estreou com o título Te amarei para sempre.